
Quimera é uma fantasia; um sonho irrealizável; uma ilusão; uma utopia; um absurdo.
Quimera não passa de um animal fingido composto de dois animais verdadeiros: meio homem, meio cavalo - uma aberração; meio serpente, meio águia - uma anomalia; meio leão, meio cabra - um monstrengo.
Quimera não passa de um animal fingido composto de dois animais verdadeiros: meio homem, meio cavalo - uma aberração; meio serpente, meio águia - uma anomalia; meio leão, meio cabra - um monstrengo.
Figuras como essas não há, logo, quimeras nada têm de verdade.
As metades, sim, são verdadeiras, porque homem há, cavalo há, serpente há, águia há, leão há e cabra também há.
Mas o todo - a junção das metades - não passa de uma grande ilusão.
A forma de agir dos mentirosos tem a mesma composição da quimera.
Os mentirosos partem duas verdades, sem mudar nem pôr nada de significativo, e delas - as duas verdades partidas - fazem uma mentira inteira.
E como os ouvidos são dois e a boca uma, entram pelos ouvidos duas verdades e sai pela boca uma mentira inteira.
A quimera fascina porque é exótica e tem o poder de hipnotizar os mais impressionáveis.
Por exemplo, se uma poderosa rede de TV incrimina uma pessoa ou uma entidade qualquer, valendo-se do poderio de seu aparato técnico, os telespectadores abraçam incontinentes a quimera propalada por ela, sem a nada questionar ou estranhar porque veio cercada de encantamento.
Por que uma aberração como essa é absorvida com tanta facilidade?
Ocorre que a quimera vem sempre recheada de glamour, ou seja, é Boa, Bonita e Desejável.
"E vendo a mulher que aquela árvore era Boa para se comer,
e Desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto,
e deu também a seu marido, e ele comeu com ela"
(Gn. 3:6)
Boa, Bonita e Desejável é o complemento hipnótico da quimera.
Diante desse complemento toda a verdade e todas as convenções caem por terra.
Nem o mais racional dos argumentos ou o mais ponderado dos conselhos poderão convencer o estulto de seus equívocos.
O crédulo trapalhão prefere afundar-se no atoleiro da mentira convicto na quimera que lhe foi alardeada.
Para tirá-lo de lá, não poucas vezes, temos que nos lambuzar por inteiro no lodaçal, tentando libertá-lo das garras da quimera ensandecida.
TÉRCIO DE PAIVA FARIAS
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