segunda-feira, 16 de julho de 2007

FIM DAS COISAS





O fim não tem graça.
É só um sinal de que tudo acabou.
Tem gosto de vazio.
Provoca azia e mal-estar.
Significa apenas a dica de que alguma coisa vai mudar.
Mudanças tendem a separações.
E cá entre nós: não é nada fácil desvencilhar-se, seja lá do que for.
Há muitos laços e entrelaços na parada.
Muitos nós - apertados alguns, frouxos, aos montes.
Diversos envolvimentos - emocionais, psicológicos, físicos, materiais, espirituais.
Muitos vínculos entranhados - coisas, objetos, presentes, sinais.
Variedade de acontecimentos - insignificantes alguns, verdadeiras epopéias, outras tantas mais.
Mil emoções, à flor da pele, é bom que se diga.
Infinidades de segredos que acabaram por virar compromissos obrigatórios.
Não é nada fácil decretar o fim das coisas.
Fim de um, tem que significar, obrigatoriamente, começo de outro.
E como lidar com o que acaba?
Lembrar, relembrar, moer, remoer, evocar ressaltar, amargar, prantear....infelizmente, por vezes demais.
O segredo é ficar de olho em um sinal de constante perigo: parar no tempo além da conta prevista.
Fazendo o papel de bobo da corte.

TÉRCIO DE PAIVA FARIAS

Nenhum comentário: