sábado, 7 de fevereiro de 2009

NOMENCLATURAS DA MENTIRA E DA VERDADE



                        MENTIRA MENTIROSA


A mentira mentirosa está totalmente projetada na figura de Satanás.

Mas como pode ser uma coisa dessa se o capeta não conhece o engano por inteiro?

Para que o bichão conhecesse o engano por inteiro, seria preciso que, antes, ele abrigasse em si mesmo o auto-engano, o que não é o caso.

E seria preciso que o auto-engano com o passar do tempo se transformasse em engano, engano assumido conscientemente, tendo como finalidade uma existência só de maledicência.

Engano e suas implicações só Deus conhece.

Nenhum ser criado ainda chegou ao Abismo, e mesmo que algum por lá desse as caras, iria apenas constatar que até no inferno há limite para os seres criados.


O limite do Abismo é do tamanho do abismo gigantesco do mistério de Deus.
Esse mistério ninguém nunca jamais decifrou.
Satã, espertalhão como ele só, de fininho foi assumindo de vez a paternidade do engano.


Acabou enganado mas não perdeu a pose, tornou-se mais presunçoso ainda, a ponto de abrigar o conceito da maldade por inteiro, como se fosse uma espécie de todo-poderoso às avessas.

Ganhou até a alcunha de “pai da mentira” só por se tornar o ícone da maldade manifesta. 


                          MENTIRA VERDADEIRA

É a mentira maquiada com as realidades da vida aplicadas fora de contexto.


A mentira verdadeira transparece com nitidez no modo como cada um se defende, ou como se esconde à sombra das correções, valendo-se de falas e argumentos dissimulados só para encobrir a verdade.

A prática continuada da mentira verdadeira adoece até a alma, pois quanto mais moralmente cristão alguém se proclama, mais pagão se torna o seu inconsciente, gerando assim, dissidência interior quase que irreconciliável.
                    

                     VERDADE MENTIROSA

A
verdade mentirosa é a manipulação da verdade.

Qualquer uso que dela se faça, a verdade acaba corrompida, pois vem com finalidades e utilidades a ela atribuídas de acordo com alvos escusos.


Torna-se uma espécie de verdade pronta para o consumo que pode ser distribuida a granel. 


Torna-se um produto revestido de um certo glamour até para falar de Deus e da vida em geral, só que no palco de falsas impressões e falsos ideais.
                          

                            VERDADE VERDADEIRA

Ela só é possível se procede de Deus, porque só Ele é a Verdade.

     “Eu sou a Caminho; e a Verdade; e a Vida; 

        ninguém vem ao Pai senão por mim”.
O joio e o trigo quando crescem juntos na terra, não há como distinguir com certeza, um do outro.


Uma simples tentativa de procura do joio no meio do trigo pode provocar um dano maior do que a simples existência do joio em si mesmo.

O único poder capaz de diferenciá-los é o amor.


Sabendo disso, o joio põe as manguinhas de fora e se manifesta dissimulado, e dissimulado como é, tenta sufocar o trigo de vez.


O contrário nunca se dá, isso porque o trigo, em sua natureza, é alimento e como tal, sua natureza é propiciar vida.

O joio, esconde-se e tenta aproveitar-se do trigo.


Não perde uma chance de se passar por ele, mas sua gana mesmo, é eliminá-lo de vez.


A questão que sobra é: o joio sabe que é joio; o trigo sabe que é trigo?


Qual deles tem a
Verdade Verdadeira em si mesmo, a ponto de enfrentar todos os enganos e apreciar-se como de fato é?

O trigo, quando sabe que é trigo, não fica alardeando isso tampouco, não se perde em acusações à existência perniciosa do joio, habitualmente, personificada em outro ser humano.


O joio, por maiores que sejam as suas tentativas, não pode mudar o curso da natureza do trigo, pois o trigo enfim, só sabe ser trigo e seu poder é o fruto que produz que se tornará vida em si mesmo e vida para seus semelhantes.





                                                                TÉRCIO PAIVA FARIAS


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